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UB40 em San Diego: uma noite memorável de reggae sob o céu de outubro

No último sábado, 4 de outubro de 2025, a banda britânica UB40 subiu ao palco do Cal Coast Credit Union Open Air Theatre (CCCU / CCCU OAT), localizado na Universidade Estadual de San Diego (SDSU), para uma apresentação muito aguardada pelo público local.

A noite foi marcada por nostalgia, energia de reggae e uma plateia fiel que viajou no tempo com clássicos e releituras. O show fez parte da turnê Relentless Tour dos britânicos, com abertura da banda de ska The English Beat.

O local — um teatro ao ar livre — ofereceu um charme singular: ao mesmo tempo intimista e expansivo, permitiu que o público sentisse o frescor da noite californiana enquanto vibrava com as músicas. 

Antes do UB40, foi a vez da banda The English Beat subir ao palco. A escolha dessa banda complementou bem o clima reggae/ska e aqueceu o público para a noite. A presença deles ajudou a criar uma ponte sonora entre o ska originário britânico (com influências jamaicanas) e o reggae mais suave que UB40 costuma apresentar. A formação presente no show contava com nomes conhecidos da trajetória moderna da banda: Jimmy Brown (bateria), Robin Campbell (guitarra e vocal), Earl Falconer (baixo e vocal), Norman Hassan (percussão, trombone e backing vocals) e Matt Doyle (vocais e guitarra). 

Embora a formação original tenha sofrido transformações ao longo das décadas — com saídas e reorganizações — o UB40 segue mantendo o pulso do reggae pop que os tornou famosos. A expectativa era justamente ver como os músicos atuais iriam honrar o repertório clássico — e surpreender — com a experiência acumulada ao longo dos anos.

O início, a atmosfera e primeiros momentos

O show se abriu com clima de celebração. Logo nos primeiros acordes, ficou claro que a banda estava “afiada”: solo de sopro, baixos marcantes, timbres nostálgicos e vocais bem encaixados. A multidão reagiu com entusiasmo às versões conhecidas e coreografias espontâneas, braços erguidos e vozes cantando versos eternizados — clássicos como “Red Red Wine”, “Kingston Town”, e “(I Can’t Help) Falling in Love With You” foram “cantados” em conjunto por grande parte dos presentes. 

Um dos pontos altos do show foi justamente o cuidado com o repertório. UB40 soube mesclar sucessos que o público esperava ouvir com reinterpretações e momentos de improviso — mantendo-se fiel à essência, mas sem soar repetitivo ou datado. 

Houve ainda momentos instrumentais em que metais e percussão ganharam destaque, prolongando o balanço e permitindo que o público se envolvesse com o groove da música. Em determinados trechos intermediários, os músicos aproveitavam para interagir visualmente entre si criando dinamismo no palco. Do ponto de vista da plateia, o show foi uma celebração coletiva. 

Clímax e encerramento: “Red Red Wine” e “I Can’t Help Falling in Love With You”

Como não poderia deixar de ser, o momento alto da noite veio com “Red Red Wine” — música que se tornou quase sinônimo de UB40, especialmente em sua versão mais suave. A interpretação dessa canção trouxe uma avalanche de aplausos e envolvimento visual do público, criando um coro coletivo que fez jus ao legado da banda.

Logo depois, já no fechamento, “(I Can’t Help) Falling in Love With You” foi usada como epílogo emocional. Sua melodia suave e conhecida converteu o momento em algo quase íntimo, apesar da quantidade de pessoas presentes. Para muitos, foi a canção que marcou o ponto máximo de conexão entre público e banda. A noite terminou com aplausos de pé, vibração intensa e, segundo relatos, pedidos de bis que foram atendidos no formato que a banda julgou mais adequado ao momento.

  • A evolução vocal: Nem todos os membros originais estão presentes, e o vocal principal (Matt Doyle, atualmente) carrega o peso de honrar vozes célebres que passaram pelo UB40. Ainda assim, muitos presentes elogiaram sua performance, afirmando que ele deu conta do recado com charme e dedicação.
  • Escolha do repertório: Sempre há o desafio de balancear hits que o público espera ouvir com “tesouros escondidos” do catálogo da banda. Alguns fãs apontaram que poderiam ter sido introduzidas faixas menos óbvias, como “One in Ten” ou “Food for Thought” — embora haja indícios de que partes desse repertório foram tocadas. 

A apresentação do UB40 em San Diego na noite de sábado foi muito mais do que uma simples passagem de turnê: foi um encontro emocional entre músicos e público. Para muitos, marcou um momento de reafirmação musical — de que mesmo bandas com décadas de estrada podem emocionar, surpreender e unir pessoas por meio da música.

Se há um legado a extrair dessa noite, é o da persistência artística e o poder da música bem executada: UB40 mostrou, mais uma vez, que grande parte da magia de um show está na conexão — entre notas, entre olhares, entre memórias. Em San Diego, naquele sábado de outubro, essa conexão foi palpável e duradoura.

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